Entidade aponta que trajetória do salário dos trabalhadores contrasta com a dos dividendos de acionistas no Brasil – que registraram alta de 24% em 2022 na comparação com 2021.
O salário médio do trabalhador brasileiro registrou uma queda de 6,9% em 2022, acima do recuo médio de 3,19% registrado em 50 países no mesmo período, revela relatório da Oxfam.
Os dados foram divulgados por ocasião do dia do Trabalhador, comemorado em 1º de maio.
A Oxfam é uma organização independente sem fins lucrativos com atuação no país desde 2014.
Ajustados pela inflação, os números são baseados em dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e agências governamentais de estatísticas, informou a entidade.
Segundo a organização, 1 bilhão de trabalhadoras e trabalhadores de 50 países tiveram um corte médio de US$ 685 em seus salários em 2022. A perda coletiva foi de US$ 746 bilhões em salários reais (caso os pagamentos tivessem sido reajustados pela inflação).
“Enquanto os executivos de grandes empresas lucram com aumentos de seus salários e dividendos de ações, a grande parte da população, que é trabalhadora assalariada, tem seus salários reduzidos e mal conseguem acompanhar o custo de vida em seus países. Essa desigualdade é inaceitável e, infelizmente, nada surpreendente”, afirma Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.