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Em meio a ataques da oposição e até fogo amigo, Lula e outros integrantes do governo tentam blindar Dino

Diante da escalada de ataques da oposição e uma parcela de fogo amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa do ministro da Justiça, Flávio Dino, que foi desgastado após a revelação de que Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico” no Amazonas, esteve duas vezes na sede da pasta, em Brasília. O petista afirmou que o auxiliar vem sendo alvo de “absurdos ataques artificialmente plantados”. Outros integrantes do primeiro escalão também prestaram solidariedade ao colega de Esplanada.

O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que Luciane esteve na pasta em duas ocasiões com o secretário de Assuntos Legislativos, Elias Vaz. Ela é mulher de Clemilson Farias, o Tio Patinhas, chefe do Comando Vermelho no Amazonas, que está preso, cumprindo pena de 31 anos. Ela também foi sentenciada a 10 anos, mas responde em liberdade.

Sobre a audiência com Elias Vaz, o Ministério da Justiça afirma que o secretário reuniu-se com uma delegação de mulheres levada por Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL no Rio e vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal. Dino reiterou que nunca recebeu “ninguém ligado a facções”, o que não impediu a exploração política do episódio.

O ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, classificou as acusações contra Dino de “infundadas” e “irresponsáveis”. Já o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, afirmou que integrantes do governo não serão “acuados por ações orquestradas do crime organizado e das milícias”.

Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, por sua vez, afirmou que Dino tem uma “trajetória irretocável” e que os ataques são “irresponsáveis e levianos”, na tentativa de desgastar a imagem do ministro.

Esse episódio, somado a crises de segurança que atingem estados como Rio e Bahia, além de sinais emitidos pelo Senado enfraqueceram o nome de Dino para ocupar a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Auxiliares de confiança de Lula avaliam que, nesse cenário, o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, ganhou fôlego na disputa que ele trava com o colega de governo nos bastidores.

A vaga no Supremo está aberta desde o dia 30 de setembro, quando Rosa Weber se aposentou ao completar 75 anos. Também está cotado ao posto o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Respingo em outra pasta

O caso também respingou no ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A “dama do tráfico” teve uma viagem para Brasília, com o objetivo de participar de um evento, custeada pela pasta. Ontem, Silvio Almeida se pronunciou sobre o assunto. Em postagem no X (ex-Twitter), o ministro classificou o caso como uma “tentativa generalizada” de “fabricar escândalos” por parte de “extremistas de direita”.

Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, o pagamento da viagem aconteceu após Luciane ter sido indicada como representante amazonense para participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura, na capital federal. A pasta ressaltou que os colegiados estaduais têm autonomia e que apenas atendeu à demanda

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